A hidroxiapatita tem composição química e estrutura cristalina similar a da apatita presente no sistema esquelético humano, sendo assim muito adequada para reconstrução e substituição óssea. Além disso, filmes de hidroxiapatita tem mostrado sucesso em implantes devido seu favorável comportamento in vivo. Entretanto, devido à sua fragilidade e baixas propriedades mecânicas os revestimentos de hidroxiapatita são susceptíveis à falha por fadiga, o que torna os mesmos inadequados para utilização em implantes sujeitos à cargas como os implantes ortopédicos e dentários. Para melhorar as propriedades mecânicas desses revestimentos sem sacrificar as propriedades biológicas, diferentes fases de reforço tem sido utilizadas, tais como: zircônica, vidro, prata, fibras de carbono, alumina, TiO2, nanotubos de carbono e grafeno. Outro material bidimensional recentemente descoberto por pesquisadores da UFMG é o talco, cujas propriedades mecânicas são semelhantes às monocamadas de óxido de grafeno. Sendo assim, torna um material bastante resistente e com a vantagem de ser barato e de grande abundancia. No presente ano, os mesmos pesquisadores demonstraram que a gipsita, um sulfato de cálcio hidratado, também é um material bidimensional com boas características mecânicas. Estas características sugerem que estes materiais podem ser ideais como reforço de biocompósitos e assim aumentar o suporte de carga da matriz, melhorar a ligação interfacial nos compósitos e facilitar a transferência de tensão da matriz para os nanomateriais. No presente projeto, propõe-se a deposição de revestimentos de hidroxiapatita com incorporação de bidimensionais inéditos (talco de pedra sabão e gipsita) utilizando a técnica de eletrodeposição. Os revestimentos de hidroxiapatita serão depositados sobre liga de magnésio já que as ligas de magnésio são candidatas a implantes ortopédicos biodegradáveis. Os filmes eletrodepositados de hidroxiapatita, com e sem a incorporação dos materiais bidimensionais, serão avaliados quanto à sua morfologia, dureza, resistência ao desgaste, resistência à corrosão e biocompatibilidade in vitro.
Equipe: Sara Matte Manhabosco (coordenadora); Henara Lillian Costa; Thaís Matte Manhabosco (UFOP); Jakeline dos santos Soares (UFOP)